A CGTP saúda os trabalhadores e o povo em geral pela forma cívica como decorreram as eleições autárquicas e pelo significado da acrescida participação democrática.
Sendo embora eleições locais, os resultados obtidos pelos diversos partidos e forças políticas, mesmo relativizados pela ainda necessária análise profunda e casual, permitem desde já afirmar que os portugueses disseram mais uma vez um claro não às políticas de direita, injustas e limitadoras do desenvolvimento económico e social, que vêm sendo seguidas pelos sucessivos governos.

Comunicado à Imprensa n.º 37/05

SENTIDO DO VOTO CONFIRMA PROPOSTAS DA CGTP-IN

A CGTP saúda os trabalhadores e o povo em geral pela forma cívica como decorreram as eleições autárquicas e pelo significado da acrescida participação democrática.

Sendo embora eleições locais, os resultados obtidos pelos diversos partidos e forças políticas, mesmo relativizados pela ainda necessária análise profunda e casual, permitem desde já afirmar que os portugueses disseram mais uma vez um claro não às políticas de direita, injustas e limitadoras do desenvolvimento económico e social, que vêm sendo seguidas pelos sucessivos governos.

Contrariamente ao que os principais responsáveis dos partidos da direita pretendem fazer crer, estes resultados não legitimam os seus objectivos estratégicos, já que, para obterem votos, se distanciaram das políticas seguidas pelos seus próprios governos.

A política do PS no Governo é penalizada pelos votos nas urnas, confirmando-se – apenas seis meses depois da sua maioria absoluta – a necessidade de romper com as políticas seguidas que a própria CGTP-IN tem vindo a reclamar e propor, pelos meios de intervenção, acção e luta que lhe são próprios.

O sentido de voto dos trabalhadores confirma que é preciso romper com o ciclo desastroso e desmobilizador que tem sido seguido e redobrar os esforços pelo desenvolvimento do sector produtivo, contra o desemprego, os encerramentos de empresas e despedimentos selvagens e pela criação de emprego e emprego com qualidade.

É premente o uso activo do Orçamento de Estado como um instrumento de desenvolvimento mais solidário e de mudança profunda, de maneira a que o mesmo não seja mais um pacote de sacrifícios para os trabalhadores e as trabalhadoras. Não será com mais cortes nos investimentos, mais privatizações e mais restrições das funções sociais do Estado, penalizando os trabalhadores e as trabalhadoras e as classes mais desfavorecidas, e com políticas que tornam cada vez mais injusta a distribuição da riqueza, que o nosso País se desenvolverá.

Estes resultados reforçam a noção clara que a CGTP-IN tem de que é preciso continuar a luta por uma nova política pelo que se torna imperioso mobilizar e esclarecer.

Só pela participação os trabalhadores evidenciarão a sua razão e a sua força; só mobilizados, alargando a unidade a partir dos locais de trabalho, evitaremos que seja, afinal, a direita a beneficiar do descontentamento justo que atravessa toda a sociedade portuguesa.

O Governo não pode deixar de tirar as ilações devidas destes resultados. A CGTP-IN e os trabalhadores saberão estar à altura das suas responsabilidades sociais, pelo que apela à participação massiva dos trabalhadores portugueses na Manifestação Nacional dos trabalhadores da Administração Pública, no dia 20 de Outubro, em Lisboa e na Jornada Nacional de Luta, por uma nova política, a realizar no próximo dia 10 de Novembro em Lisboa e no Porto.

CGTP-IN/DIF
Lisboa, 10/10/2005